Asheville estava envolta por uma névoa suave naquela manhã, como se o mundo tivesse se calado para que Evelyn pudesse escutar melhor o que sentia. A casa ainda dormia quando ela desceu descalça, envolta no cardigã leve que encontrara pendurado no quarto de hóspedes. Os passos sobre o assoalho rangiam baixinho, uma trilha sonora melancólica e familiar.
Lucas não estava ali.
Ela já sabia, mesmo antes de olhar. O silêncio que ele deixava era diferente de qualquer outro — não era vazio, era cheio de memórias que Evelyn ainda não sabia como organizar. Encontrou um bilhete sobre a mesa da cozinha, ao lado de uma caneca de café ainda quente:
"Volto antes do almoço. Precisei de ar. L."
Simples, direto, mas carregado de algo não dito. Evelyn tocou o papel com os dedos, como se pudesse sentir nele os ecos da noite anterior. Eles haviam se tocado de um jeito que não era só físico. Era como se, por um instante, todas as perguntas tivessem se calado. Mas a manhã chegou — como sempre chega — e com