Naquela noite, a casa parecia respirar junto com eles. O som do vento pelas janelas entreabertas, o ranger sutil da madeira sob os passos, o murmúrio de um mundo que havia diminuído de tamanho — agora cabia em apenas dois corpos, dois corações, dois silêncios entrelaçados.
Evelyn estava na cozinha, sentada à bancada com uma xícara de chá quente entre as mãos. Vestia uma camiseta larga de Lucas e meias grossas que ele tinha lhe emprestado. Havia algo de íntimo e tranquilo naquela simplicidade. Como se o tempo tivesse afrouxado o ritmo, permitindo que eles respirassem sem pressa.
Lucas se aproximou com um prato nas mãos — duas fatias de torta de maçã que ele encontrara no freezer e aquecera no forno. Colocou diante dela e sentou ao lado, os joelhos se encostando de leve.
— Achei que podia ser nosso jantar. — Sorriu.
— Perfeito. — Evelyn respondeu, sorrindo de volta.
Eles comeram em silêncio por alguns minutos, os talheres fazendo pequenos sons metálicos. Era curioso como, mesmo nos inst