A noite avançava devagar, mas nenhum dos dois parecia ter pressa para que ela acabasse.
Depois da carta, Evelyn e Lucas ficaram em silêncio por longos minutos. Ela, com a cabeça encostada no ombro dele. Ele, com a mão entrelaçada à dela. O mundo havia diminuído — não porque se tornara menor, mas porque tudo fora reduzido ao essencial. A verdade, enfim, estava sobre a mesa. Escrita com a caligrafia suave de Benjamin. A benção silenciosa que eles nunca souberam que precisavam.
— Ele sabia desde o começo. — Evelyn sussurrou, como se ainda estivesse tentando processar cada palavra da carta.
— Sabia. E mesmo assim, confiou em mim. — Lucas respondeu, com a voz embargada. — Isso… isso é o que mais dói. E ao mesmo tempo, o que mais liberta.
Ela levantou os olhos para ele.
— Não é estranho? Como o amor pode ser tantas coisas ao mesmo tempo? Presente e ausência. Dor e cura. Fim e começo.
Lucas sorriu, com um cansaço bonito no rosto.
— Talvez o amor verdadeiro seja isso. A soma de tudo o que não