Entrei na sala onde eu deveria trabalhar pelos próximos meses. Fica exatamente ao lado da sala dele… do CEO… de um dos donos da empresa. Isso significava que estaríamos sempre lado a lado. Literalmente. Ele podia me ver da cadeira dele sempre que quisesse. A única coisa que poderia impedir eram as persianas dobráveis que separavam as salas… mas, para minha infelicidade, estavam completamente abertas naquele momento.
Sentei na cadeira, a tal cadeira diretiva que parecia mais um trono desconfortável. O mouse estava ali, esperando por um simples toque meu, mas, com a pressão, até isso parecia um desafio. Não era falta de habilidade… era o nervosismo. Até respirar doía.
Liguei o computador, digitei a senha que tinham criado só pra mim… e engoli em seco. Tentei me acomodar, ajeitei as costas contra o encosto, mexi os ombros… mas nada fazia aquele desconforto passar. Era como se eu não pertencesse ali. Como se alguém fosse entrar a qualquer momento e me expulsar.
Meus olhos… claro… traidore