Esse era o meu segundo dia. Dessa vez, entrei na casa de Omar com um pouco mais de segurança. Eu já sabia onde ficavam as coisas, o que podia ou não mexer, e até como evitar tropeçar em mim mesma. Hoje, diferente de ontem, eu estava animada. O primeiro dia foi um pouco... caótico, mas sobrevivi. Aprendi muito apenas observando. Ele era rude, claro, mas tinha um jeito estranho de tentar não ser. Dava para ver nas expressões dele, nas pausas entre uma bronca e outra. Como se fosse mais difícil para ele ser gentil do que respirar. Era confuso. Ele era confuso.
Mas eu estava deixando o passado no passado e focando no presente. Mesmo que esse presente fosse, digamos, um pouco desleal. O plano ainda estava de pé, e era meu dever segui-lo.
Preparei o café exatamente como ele gostava. Sem derrubar nada dessa vez, o que já era uma vitória para as minhas mãos. Quando Omar chegou da academia, fez o de sempre: foi direto até a geladeira, pegou uma garrafa de água e bebeu como se o mundo estivesse