— Sim, Vitor, ela deveria. Mas eu posso explicar. — Admitiu sua voz firme, mas sem perder a suavidade. Seu tom carregava uma serenidade pensada, como quem escolhia cuidadosamente as palavras, quase como se cada sílaba precisasse se encaixar no cenário delicado diante dela.
— Escute, aconteceu um imprevisto... senhor, eu trouxe ela porque sua professora não está passando bem. — Explicou, mantendo a voz firme. Apesar disso, um leve traço de inquietação cruzou seu rosto, visível pelo franzir sutil de sua testa e o breve desvio de olhar, como se hesitasse em expor aquela fragilidade.
Vitor franziu as sobrancelhas, visivelmente surpreso com a explicação. Ele ajeitou a pasta em suas mãos, deslizando os dedos pelo couro macio com um gesto quase automático, como se quisesse encontrar alguma firmeza naquela textura familiar. Seu olhar se desviou momentaneamente, fixando-se em um ponto vago da parede, como se ponderasse sobre aquela informação inesperada.
O silêncio total pairou entre eles por