Vitor permaneceu imóvel e pensativo por um instante. Seus olhos, ligeiramente semicerrados, pareciam buscar respostas nas frestas da memória. Logo ele se dirigiu até a janela, seus dedos tocaram suavemente o vidro resplandecente, fazendo marcas sobre a neblina da manhã como se desenhasse pensamentos que não ousava dizer em voz alta. O frio do vidro contrastava com o calor de sua pele, despertando nele uma estranha sensação de presença.
Ele respirava devagar, sentindo o aroma envolvente do café cappuccino que se misturava com o cheiro do pão recém-assado vindo da padaria mais próxima. O perfume quente e acolhedor preenchia o ambiente, invadindo seu olfato com lembranças de manhãs tranquilas e conversas esquecidas. O som distante de passos na calçada e o tilintar de xícaras sendo arrumadas em mesas de metal completavam o cenário com uma trilha sonora suave e cotidiana.
O rapaz observava a maravilhosa vista da cidade, onde o sol lançava seus primeiros raios dourados sobre casas e prédios