A pergunta caiu como um golpe. Lorena sentiu o sangue subir ao rosto, quente e impiedoso, como se cada célula gritasse em alerta. Mas não desviou o olhar. Havia algo nela que se recusava a ceder — orgulho, talvez, ou uma dor antiga que já havia se moldado em escudo. Seus olhos, firmes como vidro prestes a trincar, encaravam o rapaz com uma mistura de desafio e vulnerabilidade.
A porta ainda estava entreaberta, ela se virou lentamente, como quem carrega o peso de mil lembranças nas costas, e fechou a porta por completo. O clique da maçaneta ecoou pelo corredor como um ponto final — seco, definitivo. Seus dedos permaneceram ali por um segundo a mais, apertando o metal frio, como se tentassem conter a tempestade que ameaçava invadir não só o ambiente, mas também seu peito.
Logo voltou a encará-lo, o rosto ainda sereno, mas os olhos agora carregados de uma firmeza que não se via antes. A luz amarelada do lustre acima refletia suavemente em sua pele, destacando o contorno preciso de sua ex