Com um grande império corporativo, Alexandre Ridell é o CEO que todos temem e respeitam. Após uma rejeição e traição que o deixou emocionalmente paralisado, ele construiu muros ao seu redor, decidido que o amor não tem lugar em sua vida. Mas sua rotina metódica começa a ser abalada, quando Jaqueline Ribeiro, uma jovem batalhadora e cheia de sonhos, entra em sua vida. Primeiro um encontro arrebatador e logo a coincidência dela se tornar sua assistente. Enquanto Jaqueline luta para se estabelecer profissional e financeiramente, a beleza e a timidez dela começam a descongelar o coração de Alexandre, que reluta em reconhecer o que está acontecendo. A cada encontro e desencontro sua reserva emocional é testada. Uma dança de sentimentos reprimidos e olhares furtivos. Com obstáculos inesperados e segredos vindo à tona, Alexandre e Jaqueline precisarão confrontar seus medos e decidir se estão prontos para arriscar tudo por um futuro juntos.
Leer másJaqueline Ribeiro
Mais um dia se passava e eu me encontrava sentada no sofá do apartamento da minha amiga Renata, com o olhar perdido na tela do meu celular. Eu me encontrava desempregada há alguns meses e a decisão de ter pedido demissão no meu último emprego, ainda pesava no meu coração. A incerteza sobre o futuro me deixava desanimada, mas não havia mais condições de me manter naquele lugar. Cada dia o clima se tornava mais insustentável, com os assédios constantes do meu antigo chefe. Ele era o genro do dono da empresa em que eu trabalhava e ocupava o cargo de diretor de operações.
Fui designada para ser sua assistente, e à medida que o tempo se passava, compreendi o motivo da sua má fama. Um homem belo, porém prepotente e muito arrogante. Leonardo Duran se achava o dono do mundo, mas na verdade só ocupava o cargo graças ao seu casamento com a Juliana. Juliana algumas vezes o visitava na empresa acompanhada dos seus filhos, um lindo casal de gêmeos de aproximadamente 3 anos. As crianças eram lindas e fofas. Sua esposa é uma mulher jovem, bonita e doce. Sempre amigável com todos o que me fazia questionar o que ela havia visto naquele homem. A partir do momento que o Leonardo percebeu que eu não cederia a suas investidas começou a me tratar com uma certa brutalidade, e cheio de exigências absurdas. O clima de trabalho era ruim e exaustivo.
Eu ganhava um bom salário, mas as minhas despesas eram altas. Meu pai havia feito uma cirurgia no coração e apesar de ter o plano de saúde, tivemos várias despesas com medicamentos de alto custo e alguns exames que precisaram ser realizados com urgência. Nesse mesmo período eu ainda pagava parcelas altas da minha especialização. Precisei entregar o apartamento que eu alugava e estava prestes a abandonar meus sonhos na cidade de São Paulo e retornar para o interior. Se não fosse pela Renata que me abrigou em seu apartamento eu não teria como permanecer aqui.
Meu amigo Caio, de longa data havia começado a trabalhar a pouco tempo no Grupo Ridell, entrou na sala com um brilho nos olhos. Ele havia ouvido sobre uma vaga aberta para assistente do CEO e, sabendo do meu currículo impecável, decidiu que eu era a candidata perfeita. Eu me candidatei para a vaga, mas aguardava o retorno da empresa havia alguns dias, o que me deixava cada dia mais ansiosa.– Eu tenho certeza que essa vaga será sua, Jaqueline! Disse Caio, animado. A ideia de encarar um novo desafio começou a despertar uma pequena chama de esperança dentro de mim.
Numa sexta-feira pela manhã, recebi o contato do Grupo Ridell, informando que era uma das possíveis candidatas, e que eu deveria comparecer na empresa na segunda-feira pela manhã. A alegria tomou conta de mim. Assim que avisei o Caio e a Renata, os dois decidiram que nós tínhamos que comemorar.
– Vamos sair para beber! Você merece! Exclamou Renata, com um sorriso contagiante, Eu sempre tímida e reservada, hesitei por um momento.
– Também não é para tanto, Renata. Nem sabemos se eu serei a escolhida.
– Eu tenho certeza que você será! Não aceito não como resposta. O Caio está vindo para cá e nós vamos nos arrumar para sair. A empolgação da minha amiga me convenceu.
Era noite quando me posicionei em frente ao espelho e me surpreendi com a minha imagem refletida. Eu estava com os longos cabelos cacheados soltos, caindo até a cintura, e uma maquiagem marcante que realçava meus traços. O vestido branco justo, que terminava logo acima das minhas coxas, acentuou as minhas curvas de forma elegante. Quando finalmente eu saí do quarto, os meus amigos vibraram com a minha beleza.
– Amiga, você está deslumbrante! Caio me disse, enquanto a Renata me abraçava cheia de orgulho.
– Eu sabia que esse vestido ficaria excelente em você, Jaqueline.
– Realmente você acertou em cheio na escolha, Renata. E olha que eu não queria comprar.
– Não sei porque você insiste em esconder sua beleza amiga. Eu com esse par de pernas só viveria com elas à mostra.
– Vamos logo! Não podemos demorar, o bar é recém inaugurado, a essa hora deve estar lotado. Caio caminhou em direção a porta nos alertando.
O clima no bar recém-inaugurado era eletrizante, com luzes piscando e música alta, mais parecido com uma casa noturna do que um bar comum. As pessoas conversavam e sorriam e algumas se preparavam pois seria uma noite especial de karaokê. Dançamos e nos servimos de vários shots de tequila, comemorando a minha nova fase, que eu mesma não tinha certeza se aconteceria.
Depois de algumas doses de bebidas, a coragem tomou conta de nós. Com um brilho nos olhos, Caio subiu ao palco fazendo sua performance. Logo foi a vez da Renata que sorria e se divertia enquanto cantava. Tomada pela coragem que o álcool me forneceu, subi ao palco. A música escolhida foi “Love On The Brain - Rihanna” eu já havia cantado algumas vezes, mas sempre no chuveiro ou em festas de família. Meus amigos me incentivaram ao máximo.Quando a música ecoou pelo bar todos os olhares se voltaram para mim. Com a voz afinada e cheia de emoção, eu comecei a cantar. Me entreguei à performance, jogando os cabelos e soltando a voz com confiança. Me deixei levar ignorando os olhares indiscretos de alguns homens. Quando eu finalmente terminei, uma onda de aplausos e gritos explodiu em todo o ambiente. Desci do pequeno palco ajeitando os meus cabelos, com um sorriso radiante e visivelmente emocionada com a recepção do público. Foi quando eu senti uma presença imponente se aproximando. Um homem alto, forte, moreno claro, cabelos e olhos negros. Sua presença era marcante e ao olhar diretamente em seu rosto vi o quanto era bonito. Ele percorreu o seu olhar em mim, uma mistura de desejo e curiosidade. Eu senti um frio na barriga. Era um misto de nervosismo e excitação. O ambiente ao redor parecia desaparecer, e por um instante, tudo o que importava era o olhar intenso daquele homem.
AlexandreA raquete estalo firme contra a bola, e um sorriso involuntário se abriu no meu rosto. O sol batia forte, mas a energia da partida era melhor que qualquer combustível. Do outro lado da quadra, o Estevão gargalhava ao errar a devolução, deixando a bola quicar duas vezes.– Estamos enferrujados, hein! Ele disse ofegante, apoiando a mão no joelho. – Já faz tempo que não jogo.– Nem fala. Mas pelo menos ainda temos fôlego pra correr atrás da bola.Ele sacou de novo, meio torto, e eu corri para devolver, quase tropeçando. A bola bateu na rede e caiu.Rimos juntos com dois garotos, sem nenhuma preocupação além da próxima jogada.– Cara, tinha esquecido o quanto isso faz bem. Comentou o Estevão.– Eu também. Devíamos marcar umas partidas. Devolvi o saque com força, sentindo a vibração da raquete percorreu meu braço.A partida seguiu com piadas, provocações e risadas. Cada erro virava motivo de zoação, e cada ponto era comemorado.****Eu me joguei na cadeira do bar com um suspiro s
Jaqueline– Alexandre! Exclamei, rindo, sentindo a adrenalina do mergulho.– Só queria te refrescar meu amor. Ele riu junto comigo, mantendo-me segura em seus braços.Olhei de um lado para o outro e o rapaz distante já havia desaparecido. Um jato d’água atingiu meu rosto. Malu estava espirrando água com as mãos, gargalhando.– Cadê a guerreira da oncinha? Quero ver se sabe brincar na água?Entrei na onda dela e começamos uma pequena guerra. Estevão se juntou a Malu e o Alexandre ficou do meu lado. Em segundos, era nós contra eles: gargalhadas, mergulhos rápidos e água voando por todos os lados.O sol brilhava, a música ambiente do resort se misturava ao som das nossas risadas. Esqueci de tudo entregue àquela leveza. Depois de um tempo desfrutando a piscina, nos rendemos ao cansaço e nos aproximamos da borda infinita.– Pronto, agora posso dizer que realizei meu sonho de estar nessa piscina. Ela abriu os braços e abraçou o Estevão.– E ainda com direito a show particular de casal apaix
JaquelinePor alguns minutos, deixei que a música me transportasse, enquanto o Alexandre permanecia ao meu lado.– Vamos voltar… senão a Malu acaba escolhendo todos os drinks do cardápio sozinha. Falei tentando brincar.Quando chegamos na nossa mesa, Malu e Estevão nos esperavam animados com seus drinks pela metade.– Vocês demoraram! Esse lugar é um paraíso, quero experimentar todos esses drinks frutados. – Devagar, Malu, senão vou ter que te carregar até o chalé. Provocou Estevão, arrancando sorrisos dela.Sentei-me novamente, dessa vez mais presente, tomando o drink com animação. Quando os pratos chegaram, o aroma do peixe grelhado misturado aos frutos do mar me fez esquecer qualquer sombra que ainda restava. O primeiro pedaço praticamente derreteu na boca. Alexandre, atento à minha reação, perguntou:– E então, valeu a promessa?– Você tinha razão, está maravilhoso.Malu brindou com a taça levantada.– A essa noite, ao piano, e à nossa companhia.Todos riram e brincaram juntos. V
EdgarSentei-me na varanda ampla da suíte de luxo, sentindo a brisa noturna do resort tocar meu rosto. A paisagem diante de mim estava iluminada apenas pelas luzes distantes e pelo reflexo prateado da lua sobre a água. Fiquei envolvido pelo silêncio, quando ouvi passos atrás de mim.Era Júlio César. Ele se aproximou e puxou uma cadeira ao meu lado, sentando-se sem dizer nada no primeiro momento. Ficamos em silêncio juntos, apenas ouvindo os grilos e o barulho suave do vento entre as árvores.– Pai… o senhor não está preocupado em deixar o Gustavo e a Lívia sozinhos? O senhor sabe como ele é. Desde que ela chegou, não perde uma chance de provocar, e ela não deixa barato. Os dois sempre acabam discutindo.Não pude evitar um sorriso. – Filho… eu tenho certeza que não errei. A Lívia é a mulher ideal para o Gustavo. Soltei um leve sorriso. – É uma moça íntegra e muito esforçada. Escutei por anos Ravena elogiando a neta e depois que a conheci tive ainda mais certeza de tudo. Se os dois não
GustavoAssim que o carro desapareceu pelos portões da mansão, o silêncio tomou conta do ambiente. Só restava eu… e ela.Fiquei alguns segundos observando a expressão da Lívia, que até então estava contida mas alerta. Ela entrou mas não me olhava diretamente e fingia estar distraída, mas eu percebia o desconforto. Dei alguns passos lentos em sua direção como um predador que mede a presa. O som dos meus sapatos contra o piso ecoava na sala vazia. Ela deu um passo para trás, instintivamente, e isso só fez o sorriso surgir nos meus lábios.– Não precisa ficar tão nervosa. Agora somos só eu e você.Ela continuou a me ignorar e respondeu de forma firme.– Gustavo… não inventa.Continuei me aproximando até que ela encostou na parede próxima a escada. Apoiei uma das mãos na parede, perto de sua cabeça, cercando-a, enquanto com a outra mão toquei de leve sua cintura. Senti a respiração dela acelerar.– O problema é que você me provoca, Lívia. E eu não sou homem de deixar provocações, passare
JaquelineEntramos no saguão principal e por um instante fiquei completamente sem palavras. O pé-direito alto e lustres de cristal refletindo a luz natural que entrava pelas enormes janelas de vidro.– Aqui é maravilhoso! Estou curiosa para conhecer o chalé. Malu segurou meu braço e riu baixinho.Alexandre e Estevão se adiantaram, entregando os documentos e confirmando a reserva com naturalidade de quem dominava aquele ambiente. Eu observava cada detalhe, desde os arranjos de flores até o aroma suave que perfumava o ar.Poucos minutos depois, recebemos os cartões de acesso para os chalés. Dois funcionários se aproximaram com os carrinhos. Malu e Estevão subiram animados em um dos carrinhos, rindo e brincando. Alexandre estendeu a mão e me ajudou a entrar no outro. Assim que nos acomodamos, o funcionário começou a conduzir o carrinho pela estrada estreita e arborizada.– Espero que os chalés não fiquem muito próximos, coelhinha.Sorri, balançando a cabeça:– Você tem que parar de ser t
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