James não dormiu.
Passou horas de um lado para o outro na cama, o lençol embolado nos pés, os olhos fixos no teto escuro, a respiração pesada. Recorrera ao uísque como último recurso, como sempre fazia quando queria silenciar a mente. Mas não havia bebida suficiente no mundo para calar o que se passava dentro dele. Bebeu para esquecer. Bebeu para não pensar. Bebeu para dormir.
Dormiu tarde. Mal. E quando acordou, a cabeça latejava como se cada pensamento pulsasse em dor.
Sentou-se na beira da cama, com as mãos no rosto, o gosto amargo da ressaca colado à língua. O quarto estava abafado, o silêncio pesado. Sentia o corpo entregue, cansado, como se tivesse sido espremido por dentro.
Olhou o celular — 7:40 am.
Não iria trabalhar.
Pegou o aparelho e ligou para Liam. A ligação demorou mais do que o necessário para ser atendida.
— Fala, sumido. Acordou com a voz de quem saiu de um bar direto pra cama — brincou Liam, rindo.
James não respondeu de imediato. Passou a mão pelo