Cinco anos. Parece pouco quando dito em voz alta, mas dentro da pele... é uma eternidade.
A Grécia me deu mais do que eu vim buscar. Me acolheu com seu silêncio, com o som das cigarras nas tardes quentes, com o mar de um azul que nunca se repete. Com o tempo, aprendi a andar no compasso daqui, onde ninguém olha para o relógio com medo, onde a pressa parece ofensa. E era exatamente isso que eu precisava: desacelerar de tudo que me corroía por dentro.
Nunca mais voltei para Manhattan. A decisão não foi drástica, não houve um rompimento dramático. Apenas fui ficando, mês após mês, até que não fazia mais sentido ir embora. Deixei meu cargo na empresa — um lugar onde, sinceramente, nunca me senti completamente em casa. Meu pai, contrariando sua aposentadoria, voltou ao comando. Assumiu como presidente, acumulando também o posto de CEO, como fazia nos velhos tempos. Eu sabia que ele gostava da rotina, da liderança. Aquele era o mundo dele, não o meu.
Ainda assim, acompanhei tudo de