Os dias passaram como folhas levadas por um vento indeciso — nem rápidos o suficiente para que ele sentisse alívio, nem lentos o bastante para que houvesse paz
Liam, aos poucos, deixava para trás a UTI. As visitas do médico vinham acompanhadas de notícias progressivamente melhores: a sedação havia sido suspensa, o edema cerebral regredira, e os exames indicavam recuperação. Agora, ele estava em um quarto privativo, ainda frágil, mas consciente e lúcido o suficiente para escolher com quem falava — e com quem preferia não falar.
James fazia visitas pontuais, quase sempre junto aos pais. Sentava-se em silêncio em um dos cantos do quarto, observando as máquinas, o ritmo calmo da respiração do irmão, o olhar perdido de Cora que parecia, desde o acidente, nunca sair dali de verdade. Às vezes, Sophie aparecia com Chloe e Martha, caminhando pelos corredores do hospital como quem já conhecia os cheiros e as luzes daquele lugar. As interações entre eles eram delicadas, contidas, como se