Liam continuava fechado num mundo só dele. Um mundo de negação, revolta e dor.
James o visitava quase todos os dias, sempre com a esperança tola de que algo tivesse mudado. Que um “bom dia” ganhasse resposta. Que uma pergunta qualquer fosse recebida com mais do que um silêncio carregado ou um olhar cheio de desprezo. Mas dia após dia, o que ele encontrava era um irmão cada vez mais amargo — com o mundo, com os médicos, com os pais, consigo mesmo. E com ele.
A cadeira de rodas estava ali, ao lado da cama, como uma sentença. Os médicos haviam sido claros: Liam enfrentaria um processo longo de recuperação. Havia comprometimentos musculares e neurológicos causados pelas fraturas múltiplas e, ainda que tivessem conseguido reduzir o edema cerebral nas primeiras 48 horas, o prognóstico exigia tempo, fisioterapia e força de vontade. Mas Liam não queria ouvir. Nem dos médicos. Nem dos pais. Muito menos de Dominique.
Ela o visitou duas vezes nas últimas semanas. James soube por Cora e d