Capítulo 6 – Arthur
Nunca gostei de me enganar.
Sou o tipo de homem que precisa de provas, não de intuições.
Mas quando vi o relatório nas mãos de Helena, algo dentro de mim desmoronou.
Eu, que sempre me orgulhei de ver além das pessoas, tinha sido cego.
Cego o bastante para duvidar da única mulher que não tentou nada em troca.
Passei a noite inteira revendo cada detalhe.
A forma como Camila apareceu no momento exato.
O tom de voz dela, o “só estou tentando ajudar”.
Tudo fazia sentido agora.
Ela sempre jogou sujo — e eu deixei.
Na manhã seguinte, entrei na empresa mais cedo.
O corredor estava silencioso, exceto pelo som dos meus próprios passos.
No elevador, olhei meu reflexo e vi um homem que eu não reconhecia:
olheiras fundas, mandíbula tensa, olhar frio.
Era hora de resolver o que eu deveria ter resolvido há muito tempo.
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Camila chegou alguns minutos depois.
Como sempre, entrou na minha sala sem bater.
E, como sempre, carregava aquele ar de superioridade disf