Na tela do notebook, a mensagem piscava:
“Arquivo anexo: Dossiê Heitor V. Acesso restrito. NÃO compartilhar.”
Valentina mordeu a ponta da caneta. A noite estava abafada, e o ventilador do escritório zumbia como um inseto preso na cabeça.
Ela clicou.
O relatório de Breno parecia promissor: registros de academia militar, passagens por empresas de segurança privada, um histórico impecável de contratos limpos — limpos até demais. Uma ficha sem manchas.
Sem profundidade.
Tudo batia certinho, quase como se tivesse sido montado.
E Valentina conhecia bem aquele tipo de perfeição. Era o mesmo verniz que o pai usava nos negócios para esconder lama sob o mármore.
Mas então, no meio do arquivo, um nome saltou:
“Heitor Vasconcellos — Relacionado a operação clandestina desativada no exterior, codinome Ferro Velho. Sem detalhes disponíveis.”
Ela franziu a testa.
Ferro Velho?
— Breno... que merda é essa? — murmurou sozinha.
Mandou uma mensagem. Breno respondeu em segundos:
“Não sei o que é isso. Ess