A respiração vinha curta, rápida demais. O coração parecia preso na garganta, o envelope com as provas ainda estava no chão, aberto, como uma ferida escancarada.
Valentina andava de um lado para o outro na sala, tentando se controlar. Tentando não surtar. Mas tudo nela gritava. Dor. Raiva.Traição. O mundo girava.
Ela mal ouviu a porta se abrindo.
Mas sentiu.
— Valentina?
Heitor entrou com as sobrancelhas franzidas, atento ao menor movimento.
Mas quando viu o estado dela, o rosto empalideceu.
— Ei… ei, o que houve? — Ele correu até ela. — Você está pálida. Está… você tá tremendo.
Ela recuou.
— Não encosta em mim!
O grito saiu rasgado, impulsivo.
Heitor congelou.
Valentina respirava como se não conseguisse puxar ar suficiente.
— Você mentiu pra mim… esse tempo todo! — a voz dela falhava. — Desde o início, você estava aqui pra me matar.
Os olhos dele se arregalaram, houve um segundo de silêncio.
— Quem te contou isso?
Ela riu, amarga.
— Que diferença faz? Eu vi. As provas. As fotos. Os