O espelho refletia uma mistura de nervosismo e expectativa. Cecília ajeitou o vestido pela terceira vez, tentando controlar o tremor sutil das mãos.
O verde-esmeralda realçava o tom claro da pele e fazia o cabelo ruivo dela brilhar ainda mais — uma escolha pensada, não por acaso. Ela sabia o quanto Enrico adorava aquela cor nela. Respirou fundo, ajustando os brincos e observando o reflexo com uma mistura de insegurança e esperança.
Sabia que a noite não seria fácil.
Por mais que desejasse o contrário, ela e Olga dificilmente seriam amigas. Mas ainda havia uma parte de Cecília que acreditava — ou queria acreditar — que poderiam, ao menos, manter o respeito uma pela outra.
Cecília pensou nas palavras que escolheria, nos gestos que deveria conter. Tentava convencer a si mesma de que bastava ser gentil, cuidadosa, e tudo ficaria bem. Mas o nó no estômago denunciava que talvez não fosse tão simples assim.
Na sala, Enrico estava sentado no sofá, o paletó já alinhado e a mente distante. Tinh