Sangue, mágoas e silêncios

Cecília não respondeu de imediato, não sabia o que dizer. Na verdade não tinha nada para dizer aquela mulher.

— Cecília — disse ela, com um sorriso contido. — Eu... gostaria de conhecer a minha neta.

Cecília respirou fundo, tentando conter o impulso de responder de forma dura.

— A senhora deveria ter conversado com o Enrico antes de aparecer assim — disse, com calma. — Ele não vai gostar de saber que veio sem avisar.

Olga soltou um suspiro dramático, pousando a bolsa sobre o sofá.

— Enrico age como se eu não existisse, Cecília. Como se eu não fosse a mãe dele. Você sabe disso.

— Sei — respondeu Cecília, mantendo o tom firme. — E não posso fazer nada a respeito.

A mulher se aproximou um passo, a expressão oscilando entre a dor e o controle.

— Se você dissesse a ele que me perdoou, talvez ele também me perdoasse.

Cecília riu baixo, sem humor.

— Eu não tenho que perdoar a senhora, dona Olga. Essa escolha é do Enrico, e só dele.

Olga franziu os lábios, irritada.

— Ele não vai me ouvir, Ce
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