Pela manhã, a primeira coisa que Enrico decidiu fazer assim que levantou foi ligar para Marco.
O som do toque ecoou brevemente antes de Marco atender.
— Enrico? — a voz do amigo soou alerta, como se já esperasse a ligação.
— Sim — respondeu Enrico, apoiando-se na borda da mesa da cozinha. — Ela falou, Marco. Finalmente. Cecília contou tudo.
Houve um breve silêncio do outro lado da linha, seguido por um suspiro aliviado.
— Isso é ótimo, Enrico. — Marco parecia sorrir. — E ela concordou em prestar depoimento?
— Concordou. Disse que está pronta.
— Então agora o caso vai andar de verdade — afirmou Marco, firme. — Eu vou entrar em contato com o delegado ainda hoje. Depois de tanto tempo, é bom ver uma luz nisso tudo.
— É — murmurou Enrico, passando a mão pelos cabelos. — Eu só espero que ela não se arrependa.
— Não vai — respondeu Marco, convicto. — Você fez o certo. E ela também.
A ligação terminou com uma promessa de retorno, e Enrico ficou parado por alguns segundos, o telefone ainda em