Os dias que seguiram foram de uma calma quase inesperada.
A pedido de Cecília, Enrico não procurou a mãe. Ela não queria mais brigas, nem palavras atravessadas que voltassem a abrir feridas antigas.
“Já chega de conflitos”, ela dissera com serenidade, e Enrico respeitou.
A casa parecia respirar em paz outra vez.
Aurora crescia saudável, curiosa, os olhos atentos a cada movimento dos pais. Às vezes, Cecília se pegava apenas observando-a, sentindo uma mistura de espanto e gratidão — por tudo o que sobreviveram e pelo simples fato de poder viver aqueles dias tranquilos.
Júlia visitava com frequência. Chegava sempre sorrindo, trazendo histórias do bar, flores ou um bolo recém-feito.
A presença dela ajudava a devolver um pouco de normalidade à rotina. As duas conversavam por horas enquanto Enrico trabalhava, e Aurora se tornava o centro de todas as risadas.
De vez em quando, o pai de Enrico também aparecia.
Nunca ficava muito — trazia um presentinho para a neta, trocava algumas palavras co