Enrico fechou os olhos por um instante, como se buscasse força para não atravessar a parede naquele exato segundo e ir atrás de Gustavo. Quando voltou a olhar para Cecília, havia algo perigoso em seu semblante: uma fúria contida, tão intensa que parecia prestes a explodir.
Ele se aproximou, devagar, mas cada passo parecia carregado de uma decisão silenciosa.
— Ele te marcou. — não era uma pergunta, era a constatação amarga de quem via a prova diante dos olhos.
Cecília recuou instintivamente, encostando-se na pia.
— Enrico, por favor… não faça nada. Eu não quero mais confusão.
— Confusão? — ele riu baixo, um riso seco, sem humor. — Isso não é confusão, Cecília. É agressão. É ameaça. É ele deixando claro que não vai parar até… — ele interrompeu a frase, porque a ideia do que Gustavo poderia tentar fazer era insuportável até de formular.
Ela estendeu a mão, tocando o peito dele, tentando quebrar aquela muralha de raiva.
— Olha pra mim… eu estou bem. Ele não conseguiu nada além disso. — a