O relógio marcava quase o fim da manhã quando a secretária de Enrico entrou em sua sala, batendo de leve na porta.
— Doutor Enrico… a senhorita Laura está na recepção. Ela disse que precisa falar com o senhor com urgência.
O semblante dele se fechou na hora. Havia prometido a si mesmo que nunca mais permitiria que Laura cruzasse as portas de seu escritório. Mas se havia uma chance de que ela deixasse escapar algo útil contra Gustavo… talvez valesse a pena ouvir.
Respirou fundo, apoiou as mãos sobre a mesa e disse:
— Mande entrar.
A porta se abriu segundos depois e, antes mesmo que Laura cruzasse o limiar, Enrico já sabia o que esperar. O vestido justo demais, a maquiagem calculada, o sorriso carregado de intenções. Ela não esperou convite: caminhou até a poltrona em frente à mesa e se sentou como se já fosse dona do espaço.
Enrico permaneceu em silêncio, apenas a observando, tentando controlar a raiva que crescia dentro dele.
— Vim porque estou me preparando para sair de casa e me sep