O relógio marcava quase duas da manhã quando Enrico entrou novamente na sala de monitoramento da polícia.
O lugar estava abafado, iluminado apenas pelas telas azuladas que piscavam sem parar.
Ele estava ali havia horas, sem conseguir ficar sentado, sem conseguir respirar direito. Cada minuto longe de Cecília e Aurora parecia arrancar mais um pedaço dele.
Foi então que o detetive responsável, Ramos, entrou apressado, segurando um tablet.
— Achamos alguma coisa — anunciou, sem perder tempo.
Enrico se virou rápido, o coração disparando.
— O quê? Onde?
Ramos tocou na tela, ampliando a imagem: uma câmera de rua, granulação baixa, mas clara o suficiente para mostrar um rosto conhecido.
Gustavo.
Ele havia aberto a janela de um carro para jogar alguma coisa fora. Um movimento rápido, provavelmente descuido, mas a câmera capturou o rosto dele e parte do veículo.
— Eles trocaram de carro — disse Ramos, firme. — Achamos só esse registro, mas já é o suficiente.
Enrico deu um passo à frente, apert