Os últimos dias tinham sido uma mistura estranha de calmaria e desconforto para Cecília. Apesar de já estar acostumada a passar algumas noites na casa de Enrico, agora era diferente. Não era apenas uma visita ou um fim de semana prolongado — ela estava morando ali, ainda que de forma temporária. O ambiente já lhe era familiar, cada canto carregava lembranças recentes, mas a sensação era outra.
Havia algo na presença dele, na forma como a casa parecia envolvê-la, que despertava uma segurança nova, quase estranha. Cecília se sentia mais protegida ali do que no próprio lar, embora não estivesse pronta para admitir isso, nem para si mesma. Mas, aos poucos, estava descobrindo como era se deitar sem ter que trancar a porta do quarto duas vezes. Enrico parecia perceber isso — e, de alguma forma, aquela sensação de segurança também o deixava mais leve.
Ele tinha se tornado uma presença constante, não só na casa, mas na rotina dela.
Ainda discutiam por besteiras — sobre ela se recusar a aceita