O silêncio no quarto foi interrompido por uma leve batida na porta.
Enrico levantou o olhar e viu o médico entrar, a expressão séria e cautelosa. Ele carregava uma prancheta nas mãos, mas o modo como a segurava deixava claro que o que tinha para dizer ia muito além de números e exames.
Enrico estava sentado na beira da cama, segurando a mão de Cecília com delicadeza.
Ela ainda parecia exausta, os olhos marejados e o corpo frágil demais para esconder o cansaço e a dor.
— Senhor Moretti, Cecília… — começou o médico, parando próximo ao pé da cama. — Gostaria de conversar com vocês dois.
O tom dele bastou para que Enrico sentisse o coração acelerar.
Ele endireitou o corpo, os dedos instintivamente apertando a mão de Cecília.
— Pode falar, doutor. — a voz dele saiu firme, mas tensa.
O médico respirou fundo antes de continuar.
— Eu preciso que entendam que a situação é delicada. Cecília e o bebê… não estão muito bem.
As palavras pareceram congelar o ar. Enrico apertou a mão dela com força,