Theodoro Lancaster
Bermuda bege, camiseta branca, chinelo de couro… e um maldito nó na garganta.
Não era o calor do sol que incomodava. Nem a areia fervendo sob meus pés. Era ela. A mão pequena, ansiosa, agarrada à minha como se segurasse uma promessa.
Gamora.
Do outro lado da porta de madeira do hotel, Leydi Dayane me observava com os braços cruzados, o maxilar travado, e um arsenal de recomendações que vinham como dardos certeiros.
— Nada de salgadinho.
— Passa protetor solar de novo se ela entrar no mar.
— Se ela pedir refrigerante, diga que acabou, dê suco.
— Cuidado com o mar.
— Não a deixem comer areia.
— E pelo amor de Deus, não compre mais de um picolé.
Assenti a cada uma como um soldado diante da comandante. Mas só Deus sabia onde minha cabeça realmente estava.
Girando.
Pulando entre lembranças, medos e… aquela pergunta da pequena.
A babá atrás de mim parecia querer me devorar com os olhos. Era quase cômico — se não fosse incômodo. Ignorei. Talento nato.
Gamora me puxou pela