Leydi Dayane
Vi Gamora correr até a babá com os cabelos soltos saltando, os crocs barulhentos batendo contra o piso de mármore do hotel e a alegria dançando no rosto dela como fogos de artifício. Arthur estava por perto, atento, ao lado da babá. Mas meu olhar... meu olhar estava preso nele.
Theodoro.
Tão perto que eu podia sentir o calor irradiando dele. Um calor que, na noite passada, incendiou meu corpo — e que agora me desconcertava como uma labareda acesa bem no meio do peito.
Meu coração não batia. Martelava.
Os pensamentos estavam embaralhados como cartas de um baralho lançado ao vento.
Será que eu tinha feito a coisa certa? Entregar minha filha... nossa filha, nas mãos de um homem que acabara de descobrir que ela existia?
A dúvida latejava. Tóxica. Persistente.
E se ele contasse tudo? E se ele falasse antes de mim?
E se a praia se tornasse palco de um trauma, e não de castelos de areia?
A revelação não devia acontecer assim. Não na areia. Não sob o sol. Não em meio a siris e sa