Leydi Dayane
Subi para o quarto como se minhas pernas fossem feitas de gelatina. Assim que a porta se fechou atrás de mim, me joguei de cara na cama, o coração ainda batendo no ritmo de uma escola de samba em dia de desfile.
Peguei o celular e digitei uma mensagem curta, mas dramática, para a Bia:
"Você não vai acreditar no nível da bomba que estourou aqui."
Não demorou nem dez segundos. O celular vibrou, e a tela se iluminou com uma chamada de vídeo. Bia. Claro.
Atendi.
— Amiga, pelo amor de Deus, conta tudo — ela sussurrou, se ajeitando num banheiro minúsculo, com o fone enfiado no ouvido e o crachá pendurado no pescoço. Eu reconheci de cara a porta verde-clara da empresa de telemarketing onde ela trabalhava.
— Você tá no trabalho?
— No banheiro. E escondida. Agora fala antes que minha supervisora ache que tô com infecção urinária de novo.
Soltei um suspiro e comecei a contar. Da noite quente que parecia ter saído de um filme proibido para menores — sem entrar em muitos detalhes, po