Leydi DayaneO hospital era uma daquelas clínicas particulares caras, daquelas que te fazem sentir que, se o rim não for o primeiro a ir embora, a carteira cai antes. Eu já estava contando mentalmente quantos pedacinhos do meu futuro eu teria que vender para pagar aquela conta, porque não tinha nem dinheiro para o ônibus, quem diria para um exame.Sentada na maca, olhando o teto branco e esperando o médico confirmar que meu estado era só um susto, eu não podia evitar pensar em como a vida gosta de jogar essas peças. Uma hora você está na rua, tropeçando no salto, e na outra está num hospital que mais parece um castelo. Pelo menos, o exame mostrou que eu estava bem, nada sério. Ufa.Andando pelo corredor, meio distraída com o bilhete do exame na mão, meu salto colado – aquele que já ameaçava me deixar na mão há tempos – finalmente soltou-se do sapato. Quase caí de cara no chão, mas me segurei na parede fria e áspera. Juro, pensei: “Esse é o dia, vai tudo desmoronar agora.”Logo em segu
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