Assim que ouvi a porta do closet se fechar atrás dele, senti o nó na garganta apertar de novo. Meus olhos correram pelo quarto imenso, vazio, e só então percebi… minhas coisas não estavam ali.
Nenhuma mala. Nenhuma bolsa.
Tudo que eu tinha era o vestido de noiva sufocando minha pele, colado no corpo com o peso do dia do casamento forçado, dos olhares julgadores, da distancia dele, de tudo.
Suspirei. Não dava pra dormir com aquilo, nem fisicamente, nem emocionalmente.
Pensei em bater na porta do closet. Em pedir uma camiseta, qualquer coisa. Mas aí a lembrança do olhar dele me invadiu: gelado, indiferente, cheio de uma raiva que eu nem sabia de onde vinha. Ele não me conhecia. Não sabia uma linha da minha história, mas já tinha decidido que não queria sequer encostar em mim.
E talvez isso fosse pior. Não era desprezo. Era a sentença.
Ele impôs um limite sem ao menos tentar.
Respirei fundo. “ Pelo menos a irmã dele foi gentil”, pensei, tentando agarrar o mínimo de conforto naquela casa