A noite parecia mais longa do que deveria.
Saímos da festa sem alarde, como se aquilo tudo não tivesse passado de uma formalidade entre duas famílias. Dante mal me olhou desde a troca das alianças. Dirigiu em silêncio, com as mãos firmes no volante e o maxilar travado como se cada segundo ao meu lado fosse um incômodo.
— Vamos dormir na casa principal. Amanhã cedo vamos para a casa de campo. — ele avisou, sem desviar os olhos da estrada. A voz firme e seca.
Assenti apenas, encolhendo os ombros. Ele não esperava respostas, nem se importava com elas.
Talvez estivesse nervoso. Talvez… arrependido.
A viagem foi curta. Curta e silenciosa. Eu observava as luzes da cidade ficando para trás e, por dentro, tentava entender onde me encaixava naquela história toda.
Quando chegamos, a casa parecia ser tirada de um sonho antigo. Um casarão a beira mar, de janelas enormes e luzes quentes iluminando cada detalhe. Fiquei sem ar por um instante. Era tudo… grandioso demais.
Assim que descemos do carro,