Serena

Eu não chorei.

Não porque não doía.

Mas so parecia mais. Nem o direito de sofrer em voz alta.

O tapa ainda ardia. Não só no rosto, mas na alma. Nunca ninguém tinha encostado a mao em mim daquela forma.

Nem as freiras.

Sentei no chão frio do quarto, encostada na parede, com os joelhos contra o peito e a cabeça enfiada entre os braços. O silêncio ali dentro era tao pesado quanto o baque que me tirou o ar segundos antes.

A dor era nova. Mas o que mais machucava era a decepção.

Não com ele.

Comigo.

Por ter acreditado, mesmo que por um instante, que poderia ser diferente. Que por trás daquela armadura de ferro, existia alguém que pudesse me ver... Como mulher, como gente, como alguém que merecia ser ouvida.

Mas eu era só uma posse. Um nome no papel. Um troféu dado por conveniência.

E eu aceitei, engoli. Totalmente.

A porta foi batida de leve. Um toque suave. Quase respeitoso.

— Serena? Posso entrar, minha flor?

A voz doce da Donatella me fez fechar os olhos com força. Tentei responder, mas
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