A cela subterrùnea onde Lysandra fora trancada tinha cheiro de sangue antigo e terra molhada. A corrente presa ao tornozelo a impedia de chegar perto da porta de madeira reforçada com barras de ferro. O ferimento deixado pela corrente de prata em seu pescoço ainda ardia como brasa.
O tempo ali dentro era confuso. NĂŁo havia sol nem lua para marcar as horas, apenas o gotejar lento de ĂĄgua pelas paredes de pedra e o ranger ocasional das correntes.
A Ășnica certeza era que Viktor viria.
E veio.
Naquela noite, a porta se abriu com um rangido pesado e, por ela, passou o Alfa da matilha rival. Usava roupas escuras, o olhar predatĂłrio e cruel.
â A bela loba desobediente â disse ele, a voz carregada de sarcasmo e algo mais sombrio. â Sabe, eu deveria matĂĄ-la agora mesmo, Lysandra. Mas nĂŁo seria tĂŁo divertido.
Ela o encarou, os olhos ardendo em fĂșria.
â EntĂŁo faça. Acabe com isso. Porque eu nunca serei sua.
Viktor se agachou diante dela, tĂŁo prĂłximo que Lysandra sentiu o hĂĄlito dele.
â Vai ser m