A alvorada trouxe um cĂ©u encoberto por nuvens baixas. A floresta, antes vibrante com os cĂąnticos de vitĂłria, agora mergulhava em um silĂȘncio denso, como se a terra pressentisse algo que os olhos nĂŁo viam.
Lysandra acordou com um calafrio que percorria sua espinha. Estava no antigo abrigo da matilha de sua mĂŁe, agora restaurado por mĂŁos solidĂĄrias durante a madrugada. Ao seu lado, Aric dormia profundamente, exausto. Ela se levantou, vestindo a capa de lobo-negro que herdara de Helena, e saiu para o lado de fora.
O vento soprava em rajadas, espalhando folhas secas pelo chĂŁo de terra. Havia um cheiro de chuva no ar, mas tambĂ©m algo mais â algo que fazia seus pelos se eriçarem na nuca.
â AlguĂ©m mais sentiu isso? â perguntou a Nira, que montava guarda no limite do acampamento.
â Desde a madrugada. Os pĂĄssaros silenciaram. Nem os caçadores saĂram para as trilhas. Ă como se a prĂłpria floresta tivesse prendido o fĂŽlego â respondeu ela, franzindo o cenho.
Lysandra assentiu, decidindo reunir o