A luz da aurora filtrava-se por entre as copas das árvores, tingindo o solo de tons dourados e acinzentados. A antiga câmara ritual agora repousava em silêncio, como se exaurida do poder ancestral que por séculos guardara. As chamas azuladas haviam se extinguido, e os símbolos nas paredes voltaram à quietude, suas luzes sumindo como se o mundo espiritual finalmente tivesse encontrado repouso.
Lysandra estava ajoelhada ao lado de Helena, segurando firme sua mão. O calor do corpo recém-regenerado da mãe era frágil, mas real. As cicatrizes marcavam sua pele, testemunhas do martírio que havia atravessado. Helena respirava com dificuldade, mas o brilho nos olhos dizia mais do que mil palavras.
— Ainda está doendo? — perguntou Lysandra, limpando a poeira do rosto da mãe.
— Nada se compara ao que vivi nas sombras — respondeu ela, com um sorriso fraco. — Ver você... ver todos livres... isso me devolve o fôlego.
Aric se aproximou, cambaleando. Estava coberto de cortes profundos, o sangue encha