A câmara ancestral parecia respirar junto com as chamas azuis que dançavam sobre as paredes de pedra. Cada símbolo esculpido emitia uma luz pálida, como se reconhecesse a linhagem de Lysandra e aguardasse há séculos por aquele momento. No centro, os espíritos de Helena e dos guerreiros antigos os observavam com olhos luminosos, corpos feitos de névoa e saudade.
Aric apertou o punho ao lado dela. Seus olhos dourados refletiam as luzes tremeluzentes.
— Precisamos começar antes que Viktor perceba que rompemos o véu — disse ele, a voz tensa, mas firme.
Lysandra assentiu. O relicário das Ostras da Lua flutuava sobre o altar, derramando um brilho prateado que parecia puxar as sombras para trás. Mas era apenas o começo.
— Rael, Nira — chamou ela, e dois lobos surgiram da entrada do túnel, cobertos de sangue e fuligem. Eram parte da antiga guarda de Helena, tidos como mortos na última investida de Viktor, mas haviam sobrevivido na clandestinidade.
— Estamos contigo, alfa — disse Nira, sua voz