O ar daquela manhã carregava um peso quase palpável, como se a própria floresta soubesse o que estava por vir. As copas das árvores altas balançavam sob um vento frio e cortante, e a luz pálida do amanhecer mal conseguia romper a densa névoa que se agarrava às raízes e às folhas úmidas. Lysandra respirou fundo, sentindo o aroma forte de terra molhada misturado com o cheiro de musgo e sangue antigo. Aquele lugar era sagrado e amaldiçoado, e ela sabia — cada passo a levava mais fundo em um território onde os vivos e os mortos se misturavam.
Aric caminhava ao seu lado, atento a qualquer movimento nas sombras. Os olhos dourados dele varriam a mata, e seu corpo tensionado denunciava a prontidão para a batalha iminente. À frente, a matilha avançava em formação dispersa, os lobos mais experientes abrindo caminho enquanto os mais jovens protegiam a retaguarda.
No peito de Lysandra, as Ostras da Lua brilhavam sob o tecido escuro de seu manto. Sentia o calor suave e constante irradiando do pequ