---
O que se faz com algo que não quebra?
Testa-se os limites até que implore por ser destruído.
Kora aprendeu isso com a rainha.
E agora, fazia de Eliara seu projeto pessoal.
— Quero que ela use isso. — Kora estendeu um delicado vestido branco, transparente, sem forro.
— Mas, senhora… isso é impróprio até para as concubinas…
— Ela não é concubina. É uma cadela doméstica. E eu dou as ordens aqui.
Eliara recebeu a peça sem dizer nada.
Olhou o tecido fino em silêncio.
— Vista. Agora. — Kora sussurrou ao pé do ouvido. — Ou vai ficar nua diante de todos os convidados.
Eliara vestiu.
Sem protestar.
Mas quando saiu ao salão — com os mamilos visíveis sob a luz das velas, os quadris marcados e as cicatrizes à mostra — ninguém riu.
Alguns homens olharam. Outros, abaixaram os olhos com vergonha.
As mulheres cochichavam. Mas não por escárnio.
Era vergonha alheia. Era desconforto.
Kora apertou os dedos, furiosa.
— Sorriam, suas bestas! Sorriam dela!
Mas ninguém achou graça.
El