O Reinado da Loba
O luto passou.
O silêncio cessou.
E pela primeira vez em muitas estações, Durang sorriu.
Eliara caminhava pelos jardins do castelo, agora livres das correntes que um dia a prenderam.
O povo a chamava de Rainha da Lua Azul.
Não por sua origem, mas por ter trazido o equilíbrio.
Paz e força. Justiça e instinto.
Maekor corria por entre as flores selvagens, sua risada ecoando como música.
— Mais rápido, mamã! — gritava ele.
E ela corria.
Rainha, sim. Mas ainda loba. Ainda mãe.
Valkar os observava de cima da sacada, braços cruzados, um sorriso contido nos lábios.
Não o sorriso de um rei vitorioso.
Mas de um homem que finalmente entendeu que não precisava vencer o mundo inteiro… se tivesse vencido o coração da mulher que corria com seu filho.
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.. Uma noite sem sangue
Naquela noite, não houve guerra.
Nem reuniões com o conselho.
Nem planos.
Apenas os três: Eliara, Valkar e Maekor sentados diante da lareira.
Comendo frutas secas e pão quente.
Rindo.
Maekor dormiu primeiro,