> Algumas semanas após a noite em que Valkar a tomou para si, sem jamais pronunciar palavras de amor.
O sol nascente banhava Durang com um tom alaranjado raro. Eliara se levantava cedo, como sempre fizera — mas havia uma diferença: ela agora dormia nos aposentos altos da torre sul, um lugar reservado apenas a convidados de prestígio.
Era um quarto com vista para os campos de treinamento. Dali, toda manhã, ela via Valkar em seu momento de disciplina: o rei em torso nu, pele marcada por cicatrizes, treinando contra dois ou três generais ao mesmo tempo. Era brutal. Cruel. Fascinante.
Eliara observava da varanda, com uma xícara de chá entre as mãos. Ainda sentia o corpo dolorido por certas noites — ele não era gentil, mas havia um respeito feroz em seus gestos. Ele jamais a machucava por prazer… e, em seu silêncio, a tocava como quem se recusa a admitir a própria necessidade.
Ela não o via como um romântico. Mas o conhecia melhor do que qualquer um ali.
— Está me observando de novo — murm