”
Eliara respirava.
Na enfermaria real, entre lençóis bordados e ervas queimando em potes de barro, ela vivia.
Fraca, pálida, os olhos quase sempre fechados — mas viva.
A curandeira disse que fora por pouco. Muito pouco.
— Algo a intoxicou por dentro. Misturado ao chá. Um composto sutil… mas mortal se repetido — ela afirmou, temendo até levantar o olhar para Valkar.
Ele não respondeu.
Ficou ali, parado, observando Eliara. Por horas.
Não falou com os nobres. Não viu conselheiros. Apenas vigiou.
O palácio inteiro sentiu sua ausência nos corredores. E ao mesmo tempo, sentia sua presença no ar — densa, sufocante, prestes a explodir.
---
Na segunda noite, Valkar desceu até os fundos da fortaleza.
Sozinho.
Lá, nos arquivos escondidos, onde registros de espiões e mortes secretas eram guardados, ele encontrou o que procurava: relatórios de criados, registros das rotas de ervas, nomes.
Pegou um frasco que havia sido confiscado da cozinha. Abriu. Cheirou.
Seus olhos dourados se contraíram.
— Ve