Narrado por Eliara
Alguns dias atrás, eu sonhava em fugir.
Hoje, não.
Hoje, eu vou lutar.
...
O salão real fedia a perfume falso, vinho velho e falsidade.
Kora estava radiante — ostentando um vestido novo, jóias cintilantes, e um séquito de criadas. As outras concubinas cochichavam. Guardas, damas, cortesãos, todos os olhos giravam em torno dela.
Ela anunciava:
— Uma celebração real! Em honra às nossas nobres tradições.
Mas era mentira.
Era só mais um teatro. Um palco montado para me destruir publicamente.
Como se já não bastasse tudo o que ela me faz diariamente — os empurrões, os banhos gelados à força, as palavras venenosas sussurradas aos criados para que me olhem como se eu fosse uma maldição ambulante.
E mesmo assim...
Mesmo assim, eu resistia.
Com a cabeça erguida.
Até ela tocar nele.
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Maekor veio correndo, com seus passinhos curtos, os cabelos bagunçados como sempre. Sorriu ao me ver. Me abraçou na cintura.
— Lia! — disse com a voz doce, a pronúncia ainda i