A respiração de Samara era curta, como se o ar se recusasse a entrar em seus pulmões. O desespero a movia mais do que a razão. Caminhava pelos corredores dourados do palácio, os pés firmes, mas o coração em frangalhos. As lágrimas, já tantas vezes derramadas em silêncio, agora eram engolidas com amargura. Não podia mais se esconder, não podia mais esperar que alguém viesse salvá-la. Precisava agir. Precisava enfrentar o homem que a mantinha enjaulada naquela prisão luxuosa.
Reuniu toda a coragem que ainda restava e, como se fosse a última chance de sua vida, empurrou com as duas mãos a porta pesada de madeira talhada. O som ecoou pela sala ampla, impondo sua presença sem pedir permissão.
Ali estava ele.
Khaled Al Hassan ergueu os olhos dos documentos que revisava e encontrou a figura inesperada da brasileira. A luz que atravessava as janelas altas pareceu se deter sobre ela, como se até mesmo o sol quisesse testemunhar aquele instante. Samara caminhava devagar, mas determinada. O vest