O sol da manhã filtrava-se pelas cortinas grossas da sala da casa das Hartwood, tingindo o ambiente com um tom dourado suave. Eleanor despertou primeiro, espreguiçando-se no sofá coberto por uma manta xadrez. A lareira agora apagada ainda guardava vestígios do calor da noite anterior. Theo dormia ao seu lado, com o braço ainda apoiado sobre os ombros dela, o rosto mais sereno do que ela se lembrava de ter visto nos últimos dias.
Ela se permitiu observar aquele instante com uma ternura silenciosa. Havia algo reconfortante em vê-lo assim — o peso das descobertas, dos segredos e das cicatrizes por um momento repousado no esquecimento do sono.
Quando ele finalmente despertou, piscando contra a luz, sua voz saiu rouca, mas suave:
— Dormimos aqui a noite toda?
— Sim — ela respondeu, sorrindo de canto. — A casa nos engoliu.
Ele se sentou devagar, esfregando o rosto.
— Pela primeira vez, eu dormi sem sonhar com Cravenhill.
Eleanor assentiu, abraçando os joelhos.
— Precisávamos disso. Um suspi