O ranger dos degraus continuava, lento e constante. Alguém estava descendo. Theo pressionou o dedo contra os lábios, indicando silêncio, e Eleanor assentiu, os olhos arregalados, a respiração contida. O velho armário de metal em que se escondiam exalava um cheiro de ferrugem e mofo, e cada segundo parecia esticar a tensão dentro deles até o limite.
Os passos pararam.
Um som sutil de papel sendo mexido. Alguém estava remexendo os arquivos que eles haviam deixado parcialmente fora da caixa. Theo moveu-se com cuidado, tentando espiar por uma fresta entre o armário e a parede.
Era um homem alto, vestindo um sobretudo escuro e luvas pretas. Tinha uma postura firme, quase militar, e se movia como quem sabia exatamente o que procurava. Ele pegou a pasta marcada com “A.F.” e folheou rapidamente, sem demonstrar surpresa.
Eleanor segurou o braço de Theo com mais força.
— Ele veio apagar o que encontramos — sussurrou ela, mal movendo os lábios.
Theo assentiu devagar. Precisavam sair dali — mas c