A volta para a Casa das Hartwood foi silenciosa. O céu cinzento parecia pesar sobre os ombros de Eleanor e Theo, carregando a mesma incerteza que eles. A breve conversa com a mulher em Oakmere — se é que era mesmo Anna Faerburn — havia deixado mais perguntas do que respostas. Mas uma certeza crescia em ambos: o passado ainda estava muito mais vivo do que pareciam preparados para admitir.
Já no saguão da casa, Theo parou diante do retrato de Vivienne pendurado sobre o antigo aparador. O olhar severo da tia de Eleanor os observava como se ela soubesse exatamente o que eles estavam prestes a descobrir.
— Ainda não exploramos o quarto dela como deveríamos — comentou Eleanor, subindo as escadas com passos decididos. — Sei que a polícia fez uma varredura depois da morte, mas não confio no que deixaram passar.
Theo a seguiu sem hesitar. O quarto de Vivienne estava praticamente intocado desde o dia em que Eleanor recebera a notícia de sua morte. Havia algo sagrado e ao mesmo tempo enigmático