O dia seguinte amanheceu com uma luz dourada rarefeita, filtrada pela neblina baixa que serpenteava entre as colinas de Yorkshire. A atmosfera tinha algo de espectral, como se o tempo estivesse suspenso por um fio invisível. Eleanor observava pela janela do quarto de sua tia o jardim coberto de orvalho, enquanto o cheiro de café invadia lentamente os cômodos da casa.
Theo já estava na cozinha, mexendo distraidamente uma caneca de café. Desde que encontraram o tecido azul preso nas pedras perto do lago — o mesmo lago onde Elijah morrera — algo entre eles mudara. A sensação de que estavam chegando perto de um limiar, de algo grande demais para ser ignorado, pairava como uma corrente invisível entre suas respirações.
— Dormiu bem? — ele perguntou, ao notar sua presença no batente da porta.
— O suficiente para não enlouquecer. — Ela esboçou um meio sorriso. — E você?
Theo deu de ombros. — Ando sonhando com memórias que não são minhas. Com Elijah. Com minha mãe.
Ela se aproximou, pegando u