A tampa da caixa se abriu com um rangido sutil, como se estivesse resistindo à luz depois de tanto tempo esquecida. Theo e Eleanor se inclinaram ao mesmo tempo, os olhos atentos aos documentos manchados e fotos em sépia que pareciam ter atravessado décadas de silêncio.
Rupert Wallace puxou um maço de papéis amarelados, amarrados por um fio de barbante puído. Seus dedos tremiam levemente.
— A maioria disso eu consegui enquanto ainda tinha acesso aos arquivos da delegacia, antes de ser afastado. Algumas coisas… foram passadas por fontes anônimas. Pessoas que não quiseram se identificar. — Ele olhou para Eleanor. — Sua tia era uma delas. Mandava recados discretos, informações pontuais, com o cuidado de quem sabia que estava sendo vigiada.
Theo pegou uma das fotos. Era da casa dos Ravenscroft, ainda nos seus dias imponentes, antes do tempo começar a corroer as paredes e a história. Ao fundo, uma figura quase imperceptível junto à cerca. Uma mulher. O contorno lembrava Amélia.
— Isso foi t