A manhã chegou envolta em um nevoeiro denso, que cobria os campos como um cobertor silencioso. Eleanor acordou com a sensação de ter dormido por anos e ainda assim, não descansar o suficiente. A imagem do olhar de Theo antes de ir embora ainda pairava em sua mente, como uma lembrança que se recusava a desaparecer.
Levantou-se lentamente, abraçando o casaco contra o corpo ao sentir o frio úmido vindo das janelas. A casa parecia diferente naquele dia — mais desperta, quase cúmplice. Como se tivesse escutado cada palavra sussurrada na noite anterior.
Desceu as escadas e foi até a cozinha, preparando um café forte. As mãos ainda tremiam um pouco, não de medo, mas da estranha expectativa que vinha crescendo dentro dela. Como se tudo estivesse à beira de se revelar.
Ainda pela manhã, Eleanor ouviu uma batida leve na porta dos fundos. Ao abrir, deu de cara com Theo, segurando uma pasta de couro desgastada e uma sacola de pão fresco.
— Trouxe café da manhã. E talvez… algumas respostas — disse