No caminho de volta, o silêncio entre Eleanor e Theo não era incômodo — era denso, carregado de pensamentos e palavras ainda não ditas. A brisa cortava os campos do vilarejo como uma lembrança sussurrada, e o céu se tornava lentamente dourado, tingido pela melancolia do fim da tarde.
Theo dirigia com os olhos fixos na estrada, mas Eleanor percebia que ele estava longe dali. Com os dedos ainda entrelaçados nos dela — um gesto silencioso que havia se tornado âncora e consolo — ele parecia buscar em algum ponto do horizonte uma resposta que ainda não tinha.
— Elijah era meu irmão mais velho — disse, de repente. A voz rouca, baixa, quase perdida no som do vento que atravessava a fresta da janela. — Não éramos exatamente próximos. Ele já estava em outra fase da vida… mas eu o admirava. Muito. Ele era tudo o que eu não era na época. Corajoso, espontâneo, livre.
Eleanor apenas o observou. Sentiu o coração apertar ao perceber o esforço que ele fazia para manter a dor sob controle.
— Meu pai g